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Shunt portossistêmico em cães

Atualizado: 24 de out. de 2022


Definição


A veia porta é um grande vaso que coleta o sangue do sistema gastrointestinal e o leva para o fígado, onde as toxinas e outros subprodutos são removidos.


O shunt hepático ocorre quando uma conexão anormal existe entre a veia porta e um dos seus ramos, permitindo que o sangue seja desviado ou derivado do fígado.


Na maioria dos casos, esse desvio hepático é causado por um defeito congênito (de nascença). Em alguns casos, vários shunts podem se formar devido a doenças graves.


Etiologia (causa)


Os fetos nos mamíferos tem um grande desvio chamado de ducto venoso, que transporta o sangue rapidamente através do fígado fetal até o coração. Um desvio portossistêmico congênito se desenvolve se o ducto venoso permanece intacto depois do nascimento.


Predisposição racial


Cães de raças pequenas podem ter shunts extra-hepáticos (vasos sanguíneos fora do fígado), enquanto raças maiores podem ter shunts intra-hepáticos (vasos sanguíneos anormais dentro do fígado). Os Yorkshire e Beagles tem uma incidência aumentada de desvios portossistêmico.


Os shunts extra-hepáticos são menos desafiadores de reparar cirurgicamente do que os shunts intra-hepáticos.


Sinais clínicos (sintomas)


Os sinais clínicos mais comuns incluem atrofia, baixo desenvolvimento muscular, comportamentos anormais como desorientação, andar em círculos ou head-press (pressionar a cabeça) e convulsões.


Os sintomas menos comuns incluem poliúria (urinar muito) e polidipsia (beber muita água), êmese e diarreia. Os sinais clínicos comportamentais podem ocorrer apenas após a ingestão de refeições ricas em proteínas.


Alguns cães não demonstram sinais até serem mais velhos, quando desenvolvem problemas urinários, como infecções recorrentes nos rins e bexiga ou pedras.


Diagnóstico


Os exames mais comuns para o diagnóstico do shunt portossistêmico incluem hemograma e bioquímico (onde poderá existir anemia microcítica, aumento de ALT e AST e ureia baixa). Na urinálise, baixa densidade e cristais de biurato de amônio podem ser encontrados. Outro ponto importante, é que os cães com shunt tem ácidos biliares elevados. Outros exames como ultrassonografia com doppler, tomografia computadorizada e ressonância magnética podem ser realizados nesses casos.

Tratamento


Tratamento clínico


É necessário estabilizar os cães com shunt com dietas e medicamentos, visando reduzir a quantidade de toxinas que são produzidas e absorvidas no intestino grosso. Nesse processo, deve-se alterar a dieta com alimentos com proteínas de alta qualidade e digestibilidade. A lactulose poderá ser administrada para alterar o pH do intestino grosso e diminuir a absorção de amônia e outras toxinas, além de reduzir o crescimento de bactérias (nesses casos, antibióticos também podem ser necessários).


Tratamento cirúrgico


Na maioria dos casos, para a cirurgia de shunt é utilizado um anel ameróide, que fecha lentamente o desvio. Esse constritor é feito de metal e possui seu interior de caseína. O anel absorve lentamente o fluido abdominal e fecha lentamente o shunt dentro de três a quatro semanas.


Prognóstico


Com a cirurgia, os cães tendem a ter uma boa sobrevida nos casos de shunts extra-hepáticos, principalmente com o uso do anel ameróide, entretanto, os animais com vários devem ser tratados com dieta restrita em proteínas e com lactulose ao longo da vida.


Referências bibliográficas


Mullins, Ronan. (2019). Congenital portosystemic shunts in dogs: Part I..


Mullins, Ronan. (2019). Congenital portosystemic shunts in dogs: Part 2.


Sobre a clínica


A Ortho for Pets é uma clínica veterinária de em ortopedia e especialidades veterinárias, localizada na Alameda dos Guaramomis, 1067, Moema, São Paulo. Agende uma consulta com nossa equipe de cirurgia geral pelo whatsapp (11)91258-5102.


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